Participação do Judaísmo no Anti - Semitismo
- Narcisismo, Doença Infantil do Judaísmo -

"Sabedoria é a coisa principal. Adquire sabedoria;
e com tudo o que adquirires, adquire compreensão.

Prov. IV: 7.

OBJETIVO DO TRABALHO

O objetivo deste trabalho é examinar, na tentativa de melhor entender, a participação do judeu, como povo, no desencadeamento e manutenção, através dos séculos de uma atitude de intransigente hostilidade do gentio (goi) em relação ao judeu. Esta atitude é denominada erroneamente de anti-semitismo. Erroneamente porque semita é a denominação dada a povos de raça caucásica que formam um grupo lingüístico de origem comum. Dele faziam ou fazem parte os arameus, árabes, babilônios, assírios, judeus, fenícios e outros povos do sudoeste da Ásia. Todos semitas, portanto. Melhor então seria dizer anti-judaismo ou anti-judeu, mas como a expressão "anti-semitismo" já esta consagrada pelo uso eu também a utilizarei neste trabalho.

Na grande maioria dos trabalhos que abordam o fenômeno do anti-semitismo, ele é tratado do ponto de vista em que o judeu é a vítima e o anti-semita é o algoz. Como isto é gritante e indiscutível, o aspecto da participação do judeu fica à margem, restrito ao de vítima, exclusivamente.

No ano de 1963 no "Simpósium Anual" realizado pela "Sociedade Psicoanalítica Argentina" em Buenos Aires, o tema foi: "Psicoanalisis del Anti-judaismo".

. Nota-se, examinando esses trabalhos, que somente 11,5 por cento dos autores vêm alguma responsabilidade do judeu na participação do anti-semitismo.

Ao adotar o monoteísmo, (aqui pouco importa se foi originado de um "pacto com Javé" ou no monoteísmo egípcio do faraó Amenotep IV (Aknaton), trazido por Moisés, do Egito), o judeu passou a se apresentar como o "povo escolhido, eleito pelo seu deus". Como corolário dessa idéia narcísica, grandiosa, passou a dispensar um tratamento hostil e depreciativo com relação aos outros povos. Estes eram denominados os gentios: "goyim" que tinha, e tem, uma conotação pejorativa. Esta atitude não é exclusividade do povo judeu em relação aos outros povos próximos.

Os potiguares, por exemplo, indígenas do nordeste brasileiro, tinham uma atitude semelhante quando nomeavam os não potiguares. Chamavam-nos "os outros": tapuias na expressão desdenhosa deles. O significado de gentio é o mesmo. Os tapuias hoje, são tidos como uma tribo.

A mim, me parece ser um aspecto da verdade e não toda a verdade o papel puramente de vítima, desempenhado pelo judeu no anti-semitismo.

O judeu fez ou faz alguma coisa para que esta situação tenha se criado e ainda perdure? Esta é uma pergunta que tentarei ver respondida no decorrer deste trabalho.

Não se trata de negar ou justificar o anti-semitismo, indiscutível e comprovadamente um dos mais repulsivos aspectos da agressividade entre grupos humanos. Isto se aplica a qualquer tipo de racismo, seja ele contra o cigano, contra o negro ou contra quem quer que seja.

Pretendo somente tentar deixar mais evidente a participação do judeu no processo.

Este tema é por demais polêmico no mundo ocidental, já que nossas raízes culturais e religiosas se assentam em grande parte no judaísmo. Este fato os anti-semitas detestam admitir.

Com a criação do Estado de Israel o conflito entre os judeus e seus irmãos árabes recrudesceu, extremando posições.

É sabido que todo o trabalho que tente abordar o tema está fadado a ser apontado como pró ou anti-judeu pelos radicais de ambos os grupos. Sei disto e, ciente de que esta reação é inevitável, nem por isso deixarei de abordar o tema. Pois o que me move é o desejo de esclarecer e não o de polemizar.


Página inicial

A - Participação do Judaísmo no Anti-Semitismo
1 - Objetivo do Trabalho | 2 - Mitologia Judaico-Cristã | 3 - Bibliografia

B - Mesa Redonda sobre Religião

C - Bíblia e Terrorismo

D - Psicoterapia e Religiosidade