A Bíblia sob o ponto de vista científico

(Feira do Livro/Porto Alegre- 07.Nov.2001 na Igreja das Dores- as 19:30)
TEMA: RELIGIÃO

Prof. Voltaire Schilling
Prof. Luis Osvaldo Leite
Prof.Desembargador Luis Carlos Alvaro de Oliveira.
Psicanalista Sérgio Paulo Annes

Participação de Sérgio Paulo Annes

A Bíblia inicia com a Torá, ou seja, A Lei de Moisés, e é composta de cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Os cristãos a denominam Pentateuco.

A seguir, o Nebiim composto pelos dezoito Livros Proféticos e pelo Ketubim ou Escritos, com dezesseis Livros Históricos e sete Sapienciais.

Com as iniciais de Torá, Nebiim e Ketubim é formada a palavra Tanak como é conhecida a Bíblia Judaica.

O Cristianismo, inicialmente uma dissidência Judaica do rabino Yhosua Ben Yosef, (Jesus Cristo) adota a Tanak com ligeiras modificações, passando a denominá-la de Antigo Testamento.

Inclui, ainda, a Bíblia Cristã o Novo Testamento composto por cinco Livros Históricos, vinte e um livros Doutrinais ou Epístolas, de autoria de São Paulo e um Livro Profético.

São Paulo. que antes de se converter ao cristianismo foi um judeu perseguidor dos cristãos, tornou-se o codificador do nascente Cristianismo.

A Bíblia é considerada, tanto pelos Judeus como pelos Cristãos como inspirada por Deus, regulando com "infalibilidade" a fé e as normas de vida dos crentes.

Os aspectos científicos, a que nos propomos nesta Mesa Redonda, vistos sob o ponto de vista da Psicanálise, no meu entender, devem ser examinados através da religião monoteísta Mosaica que, além do Cristianismo, também deu origem ao monoteísmo fundado por Maomé, o profeta do Islamismo.

O tempo é curto e tentaremos sintetizar ao máximo nossa exposição.

ORIGEM DA RELIGIÃO

Para Freud, ("Totem e Tabu"- 1912) a origem da religião parte de reflexões teóricas de autores que o antecederam. O primeiro foi Charles Darwin de quem tomou "a hipótese de que o homem primitivo vivia originalmente em pequenas hordas, cada uma dominada ferreamente por um macho mais velho que se assenhorava de todas as fêmeas e castigava ou matava a todos os machos jovens que tentassem disputa-las com ele, inclusive seus próprio filhos".

Seu segundo inspirador foi Atkinson "que afirmava que este sistema patriarcal teve como seu fim uma rebelião dos filhos, aliados contra o pai dominador e truculento o qual mataram e devoraram seu corpo em um festim de triunfo".

Inspirando-se, também, em Robertson Smith "que admitia que a horda paterna foi substituída por um clã fraterno totêmico. Para poderem viver unidos e em paz, os irmãos vitoriosos renunciaram às mulheres, as mesmas pelas quais haviam matado o pai, aceitando a exogamia. O poder do pai foi destruído e a família organizada em um sistema matriarcal. A atitude ambivalente frente ao pai destruído foi mantida durante toda a evolução ulterior. Em lugar do pai escolheu-se um animal como totem que foi aceito como antecessor coletivo e como gênio tutelar. Ninguém podia atacá-lo ou matá-lo. Mas, uma vez por ano, toda a coletividade masculina se reunia em um banquete em que o totem, até então reverenciado, era morto, despedaçado e comido pela comunidade. A ninguém era permitido abster-se desse banquete, que representava a repetição solene do parricídio, origem da ordem social, das leis morais e da religião".

E diz mais Freud: "muitos autores, antes de mim chamaram a atenção para a correspondência entre o banquete totêmico de Robertson Smith e a comunhão cristã". "Ainda hoje sigo mantendo esta construção teórica", diz Freud em "Moisés e a Religião Monoteista"– 1934-8.

No Candomblé, manifestação da religião afro-brasileira, os orixás (deuses-santos) "incorporam" nos fiéis e em animais como aves diversas, e mesmo quadrúpedes que passam a representa-los. Estes animais são sangrados e seu sangue é bebido no ato e com seus corpos são preparados manjares que serão comidos pelos crentes em ambiente festivo. Assim entram em comunhão com seus deuses.

Saulo de Tarso, Paulo para os cristãos, judeu como Cristo e codificador da religião cristã dizia: "Nós somos tão desgraçados porque matamos a deus pai". E acrescentava: "Mas estamos redimidos de toda a culpa desde que um de nós (referia-se a Cristo ) deu sua vida para expiar nossos pecados".

A explicação religiosa para a origem das diversas religiões parte da afirmação de que um deus criou o universo o que passa a ser um artigo de fé que não admite discussão ou dúvida e que os que não acreditam devem ser castigados. Trata-se de uma explicação carregada de emoção, baseada na fé e sem qualquer fundamentação na razão. Houve épocas em que a não aceitação das explicações que os chamados "livros sagrados" davam, levava à destruição do descrente. A Tanak (2 Rs.10, 15-27) ordena a destruição dos templos dos que tivessem outro ou outros deuses, de seus ídolos e de seus fieis e ainda, que seus templos sejam transformados em latrinas.

Ao nascer, o ser humano se encontra em um extremo estado de desamparo e dependência. Sua imaturidade é gritante, falta-lhe a mielinização das fibras nervosas piramidais o que o deixa incapaz de se locomover e seus movimentos incoordenados, são reflexos de automatismo e defesa. Diferentemente é o que ocorre com muitos outros mamíferos que logo ao nascer se levantam e vão em busca da teta para se alimentar e em poucas horas já podem correr fugindo do perigo.

Se não for socorrido por alguém, via de regra sua mãe ou substituta, o recém nascido humano morrerá em pouco tempo. No plano emocional, a necessidade de alguém que o cuide e proteja o acompanhará por toda a vida em maior ou menor grau.

Internamente, o "bicho homem" é um joguete de suas pulsões amorosas (libidinosas), por um lado, e agressivas (de morte), por outro.

Externamente, é cercado ora por uma natureza amorosa que lhe proporciona água, alimento, calor, proteção enfim, ora por outra que o ameaça constantemente com secas, enchentes, tremores de terra, vulcões, raios, perdas dos seus queridos, pela doença e pela morte.

A ignorância a cerca de onde veio e para onde vai –- o futuro é uma outra incógnita -- torna o ser humano carente de respostas que o tranqüilize e horrorizado diante do desconhecido. A falta de respostas calcadas na razão, devido à nossa ignorância, nos leva a procurar respostas fundamentadas na emoção, na fé, nas religiões. E poderíamos dizer, no: "que bom se fosse assim !"

Cada cultura tem seus mitos e crenças para responder às interrogações que vão surgindo. Tentamos explicar a nossa origem e o nosso futuro construindo esquemas que nos proporcionem uma maior tranqüilidade frente ao desconhecido. O modelo utilizado é o humano: deve haver um pai e ou uma mãe celestiais que nos criaram e que nos cuidam e cuidarão, e nos premiarão ou castigarão segundo nosso comportamento durante nossa vida. A incerteza, então, será substituída por um ilusória segurança. A comunicação com esses poderes, agora celestiais, será feita através de oráculos, de preces, através dos astros, das runas, dos búzios, das cartas ou mesmo das linhas das mãos. Muitas vezes com o auxílio de intermediários, profetas ou sacerdotes que se comunicariam diretamente com os deuses.

A reação do ambivalente e desvalido ser humano começa por dissociar internamente o bom do mau. Num segundo tempo, se assim podemos dizer, projeta em lugar que julga seguro, para preservá-lo, tudo o que tem de bom e amoroso e, também, muito de sua onipotência narcísica.

A idéia de um ser poderoso, onipotente e sempre presente, que tudo sabe a nosso respeito e está sempre pronto a vir em nosso socorro como uma mãe ou um pai amorosos, encontra na figura de um deus, ou dos deuses, essa necessidade satisfeita.

Criamos então, nesse lugar seguro, "nos céus", um deus. E, como ficamos esvaziados, cada vez que precisamos de algo bom, pressurosos corremos a deus para implorar, de volta, o que necessitamos.

O mesmo ocorre com nossos impulsos agressivos e destrutivos, com o que temos de mau: pondo lá fora numa figura de um deus do mal, um demônio, e o colocando o mais distante possível: nos confins do inferno.

Assim a nossa "criança primitiva, interna" passa a vida a pedir, a implorar coisas boas, em forma de bênçãos, graças, aos céus, a seu deus ou a seus prepostos e a fugir do mal, do demônio, que o ameaça, interna e externamente.

Resumida e esquematicamente, é o que ocorre no psiquismo do ser humano.

Quando um líder poderoso e onipotente toma as rédeas de um clã, de um povo, se identifica com o deus que cria e a religião está em seu nascedouro. Ela corresponde a uma necessidade interna de se sentir seguro, protegido e amado. A mesma necessidade que tínhamos no início de nossas vidas e que continuamos a ter. Assim, penso eu, a religião não pode nem tem porque ser hostilizada. Ela é uma necessidade do plano emocional que encontra na ilusão uma relativa satisfação, pois, inclusive "consegue explicar" algumas interrogações até então sem resposta, tais como a nossa origem e nosso futuro, por exemplo.

Podemos comparar a necessidade da religião – e aqui vamos nos arriscar à uma analogia - com a necessidade de uma prótese. Ela funciona como funcionam os óculos, a bengala, a muleta para os que deles necessitam. Não há porque criticá-la ou depreciá-la. Na psicanálise ela deve ser tratada como devem ser tratadas todas as inúmeras faces dos problemas vivenciais humanos. Ela deve ser examinada e compreendida mas nunca depreciada ou combatida. Tentar tirar a religião de quem dela necessita é condenar o crente à orfandade.

Alem de uma sensação de segurança as religiões criam códigos de comportamento tentando estimular o que há de bom dentro e fora do homem e, assim levá-lo a fugir do mal, do demônio, exorcizando-o.

As religiões auxiliam o processo civilizatório criando obrigações e proibições procurando coibir os impulsos homicidas, os incestuosos os canibalísticos etc., com o fim de proporcionar uma vida em sociedade mais tolerável.

Na religião mosaica, por exemplo, base das outras duas maiores religiões do mundo atual, a cristã e a maometana, nota-se, através dos mandamentos este cuidado. Neles, o que não é proibido é obrigatório. Obriga ela o crente a cultuar um deus, guardando o seu dia e banir tudo que é mau: proibe adorar outros deuses que não o considerado "único e verdadeiro", não nomea-lo, afim de não banaliza-lo. Ordena honrar pai e mãe com vistas à restrição do incesto. Proibe fazer imagens e adora-las, levantar falso testemunho, matar, roubar, cobiçar o que é de outrem, e cometer adultério.

O homem, ao projetar na figura de um deus, suas boas qualidades, também projeta sua onipotência infantil da qual, narcísicamente, conserva boa dose pelo correr da vida.

O chefe do clã é o deus primitivo, já que se sente tão identificado com ele que fala em seu nome e se comporta frente aos liderados como um onipotente e todo poderoso deus. Assim também eram e são os profetas.

Vejamos Abrahão, patriarca da religião monoteísta vindo de uma cultura politeísta, na baixa Mesopotâmia, onde seu pai Taré era fabricante de ídolos. Abrahão liderava um clã de pastores nômades, e tinha poderes que iam até, se quisesse, matar seu próprio filho, oferecendo-o em holocausto ao deus. Era ele o poderoso deus de seu clã. Em suas andanças pelo fértil crescente, rodeado de desertos, teve sua cobiça aguçada, manifestando seu desejo de ter para si e para os seus aquelas férteis terras pertencentes aos cananeus, cineus, ceneseus, cedmoneus, heteus, fereseus, refaim, amorreus, gergeseus e gebuseus. Expressou sua vontade de possuir essas terras, através de "um pacto com seu deus Javé", mediante o qual a terra destes povos lhe é "prometida" por esse deus. (Gn.15-12-21). Sua parte no pacto era tomar este deus como único e verdadeiro banindo os outros deuses através da destruição de suas imagens, seus templos e inclusive de seus fieis.

Lembramos que pacto semelhante fez Constantino quando adotou a fé e a cruz cristãs ("In hoc signo vinces") ao receber a "graça" de derrotar Maxêncio, tornando-se senhor do ocidente.

Voltemos a Abrahão: como selo desse "pacto" seu deus exigia a circuncisão de todo o macho de sua casa, dali por diante.

A religião entre os cananeus exigia o sacrifício das primícias, ou seja, aos deuses as primeiras colheitas, as primeiras crias do gado e também o primeiro filho homem. Na troca do politeísmo pelo deus único Javé, está incluído no pacto, embora não explicitado, que dali por diante o sacrifício humano seria substituído pela circuncisão, um sacrifício de sangue, mas bem menor. O que foi, indiscutivelmente um progresso, mas o monoteísmo se mostrou mais narcísicamente intransigente e despótico contra os outros deuses ordenando sua destruição. Deveriam ser destruídos não só as imagens como os templos e dos que passaram a ser chamados ímpios, idólatras, -– como pejorativo — gois ou gentios. Os adoradores de outros deuses também deveriam ser destruídos.

A construção dos deuses, se assim podemos dizer, segue um esquema bastante humano: lutam os deuses pela supremacia, pelo poder máximo que no monoteísmo fica nas mãos de um só. E este é truculento e despótico com todos os demais destruindo-os na medida do possível.

O deus único dos judeus, Javé, o deus de Abrahão, agora nos derivados, Cristianismo e Islamismo, passa a ser denominado simplesmente Deus, pelos primeiros, e Alá pelos segundos.

Nas mãos de uns e outros o, inicialmente mesmo deus torna os três grupos inimigos entre si. Como os chefes guerreiros e políticos na disputa pelo poder.

Na verdade, a representação de deus é diferente segundo o crente. Se o religioso é uma pessoa tolerante, afável e amorosa, assim ele vê seu deus. O deus do intolerante, despótico e arrogante tem as características do devoto. E, diga-se de passagem, esta é a imagem do próprio pai que cada um internalizou.

Na hierarquia celestial nota-se claramente a projeção dos humanos. O deus tem o seu séquito de deuses menores, os santos, relíquat do politeísmo, que chefiam certos setores: os que intermediam graças, os que estão mais próximos ou distantes do poder. Enfim, uma organização à imagem das humanas. Isto reforça a idéia de que seja a "projeção" o mecanismo primordial da organização celestial.

Uma das preocupações do ser humano, causa de muitas angústias, é com a morte. Ela vem sempre como o inevitável fim de todo o fenômeno vital.

O ser humano dificilmente aceita para si essa seqüência como natural, a vida seguida da morte. O medo do fim nos faz buscar uma fuga através da negação da morte: "deve haver uma outra vida, uma imortalidade !". Aí também vem em nosso socorro a religião. Algumas religiões prometem também a imortalidade da alma, a ressurreição do corpo, a vida eterna, a reencarnação neste ou em outros planetas. Algumas, a possibilidade de comunicação com os nossos queridos que morreram, o que, indiscutivelmente é sedutor. Via de regra tudo está conectado com recompensas ou castigos pela conduta que tivermos em nosso período de vida na terra. Novamente, um esquema "divino", mas muito humano.

Dificilmente alguém deixa de levar em conta a religião, mesmo se apercebendo do quão ilusório é o que ela nos oferece. Tudo vai depender da fé e ela é irracional. A fé é exigida, cobrada do crente. Ele deve aceitar os ditames de uma crença sem questiona-la. Aquele que põe em dúvida artigos de fé é banido, excomungado. Não há tolerância para com o incrédulo. Há períodos na História em que a intolerância vai a extremos de matar o incrédulo. O Judaísmo fez isto, quando tinha poder para faze-lo, o Cristianismo assim procedeu durante a Inquisição e as Cruzadas, contrariando o que Cristo pregou: amor, perdão, misericórdia, e o Islamismo também matou e mata em nome de seu deus que também prega o amor e a paz. O não crente ou o crente que desobedece é considerado um pecador.

O uso que o crente faz da religião depende mais dele próprio do que da religião que ele diz professar.

Quanto a posição da Psicanálise com relação ao pecado, podemos dizer que, já que pecado é uma infração, uma transgressão da vontade de deus ou dos deuses, é portanto uma noção puramente religiosa. A psicanálise se relaciona a esse conceito na medida em que trata dos sentimentos de culpa do paciente que se sente um pecador. Os pecados poderão ocorrer no plano do pensamento, da palavra ou de atos praticados.

O não saber, a ignorância, nos deixa a mercê de crendices várias. Na medida que evoluímos, que progredimos no desvendar os mistérios do mundo, teoricamente, deveriam as crenças se atenuar. Freud compara a religião a uma neurose infantil que será superada como a criança supera sua neurose. "A humanidade conseguirá superar essa fase neurótica", afirma ele em "O Futuro de uma Ilusão". Peço permissão para divergir do prognóstico otimista do mestre. Não esqueçamos que ele era visto como um pessimista.

Já sabemos que a terra não é plana, nem o centro do universo, já sabemos que somos produto de uma evolução dos seres vivos e mesmo sabendo que não somos tão donos de nós mesmos pois há um psiquismo inconsciente que nos maneja bem mais do que o nosso "livre arbítrio" gostaria. Devido a ignorância frente aos mistérios de onde viemos, o que ocorrerá conosco nesta vida e a morte a nos aterrorizar, somos levados ao encontro da religião que nos promete respostas tranquilizadoras. Isto se deve a que todo o ser humano, que facilmente se adapta aos progressos científicos e tecnológicos, parte, emocionalmente e invariavelmente de um ponto zero, ao nascer. Continuamos com essa "criança desvalida interna" que todos temos desde o nascimento. Nosso amadurecimento emocional avança muito lentamente, isto quando avança, deixando ilhotas não resolvidas no decorrer da vida.

As religiões são produto humano, tanto é assim, que os deuses podem ser usados para o bem, como para o mal. Em nome de seus deuses são abençoados exércitos que partem para a destruição e para a morte. Tudo dependendo do homem que evoca o nome de seu deus na ocasião. A religião pode até tentar, mas dificilmente consegue o que se propõe: o amor e a paz entre os homens.

Posso parecer pessimista, mas me classificaria mais como realista. Basta olharmos em nosso redor para vermos os estupendos progressos tecnológicos e científicos ao lado do maior primitivismo. Ainda vemos na África tribos mutilando e escravizando outras e negociando-as como escravos como faziam há séculos quando vendiam seus irmãos para os brancos ou para outras tribos. Vemos, em nome de um deus um ataque cruento e destrutivo e o revide igualmente feroz e bárbaro em nome de outro deus, como nas Cruzadas e na Inquisição.

O progresso tecnológico utilizado e direcionado à destruição deixa a capacidade agressiva do passado, restrita às flechas, lanças, porras, espadas e cimitarras, parecer brinquedos de crianças.

Um avião "invisível" de dois milhões de dólares, um míssil de um milhão de dólares e a possibilidade de utilizarmos gazes, bactérias, vírus ou mesmo bombas atômicas, torna a guerra mais facilmente deflagrável e a civilização a beira da destruição.

Matava-se a varejo e hoje mata-se por atacado.

A realidade é que é pessimista.

Sérgio Paulo Annes
sergio@annes.com.br